top of page

© 2017 Fotos por Diana Magalhães

SOBRE A RESIDÊNCIA EM CACHOEIRA

Essa segunda residência artística ocorreu em novembro de 2017 na cidade de Cachoeira, Bahia. A escolha pelas cidades em geral orientava-se pelo histórico de lutas sociais e pelas estatísticas de violência relacionadas aos crimes de feminicídio e de violência doméstica. No caso da cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano, foi determinante o apoio logístico da Universidade Federal do Recôncavo. Em Cachoeira, nos dedicamos ao trabalho de escuta com alguns coletivos de mulheres que vem lutando contra o que denominamos de racismo estrutural e atuam para romper o ciclo de denúncias sobre violência doméstica e crimes de feminicídio que tem feito da pequena cidade do Recôncavo uma localidade com preocupante estatística no âmbito desse cenário de violência.

Participamos de processos que desencadearam a segunda parte das células pessoais e tivemos a oportunidade de apresentar "Medéia e suas margens", no Cine Teatro Cachoeirano, para uma plateia de aproximadamente 60 pessoas, com direito a debate ao final da apresentação. Dessa experiência durante a residência artística duas questões se apresentaram ao coletivo das Medéias, a primeira seria o impacto positivo da montagem para a abertura de rodas de conversa com o público local que desaguavam em discussões sobre racismo estrutural, violência de gênero e feminicídio e a segunda que se apresentava para esse coletivo pela primeira vez, teria efeitos consistentes sobre o que perseguimos enquanto um trabalho cênico que se constrói concomitante às experiências vividas no campo, em relação direta com as pessoas e mulheres biografadas, que se traduz numa “metodologia” de trabalho que pode ser aplicada tanto numa perspectiva individual quanto coletiva.

1 Algumas das autoras que tem sido referência nestes estudos são: Rita Segato, Ilena Dieguez, Suely Carneiro, Cida Bento, Juliana Borges, Isabelle Stengers, Silvia Federici, cujos livros apontam para a violência estrutural das sociedades marcadas sob o jugo colonial, além de estudos recentes sobre o Mapa da Violência no Brasil, 2015 e 2017.

Participantes:

Denise Espirito Santo
Giselle Magioli

Ítala Isis

Ana Clara

Diana Magalhães

Rita Diva

Danielle Anatólio

Kaline Leigue

Larissa Bery

Darlene Santos

Flora Bulcão

Tatiana Villela

CACHOEIRA
bottom of page